Às vezes
Às vezes é preciso se sentar
E, ali, ficar observando apenas,
As críticas constantes, as dezenas
De dedos firmes a te condenar.
Às vezes é preciso só ficar,
Sentado na plateia olhando as cenas,
Dos outros desfiando os teus problemas,
Embora, sem ninguém te consultar.
Não adianta, às vezes, ser feroz,
Basta a distância como um grande escudo
E a solidão pra desatar os nós.
Às vezes é preciso ficar mudo,
Tendo o desprezo como a tua voz,
Tendo o silêncio respondendo tudo.