ROSA 470 DAS MÃOS CALEJADAS A DEDOS FRÁGEIS
Em tempos idos, a forja da vida,
Gerações firmes, aço e suor,
Enfrentaram a sombra, a ferida,
Cultivando o campo, máquina a vapor.
Com mãos calejadas, o pão se fez,
Na lida crua, a dignidade,
E a voz da resistência, em altivez,
Ecoou na história, em verdade.
Mas eis que surge um novo amanhecer,
Filhos da tela, do toque e do tédio,
Sem raízes, a essência a esmorecer.
Que herança levarão, em seu médio?
Na senda da vida, o que vão escolher?
Caminho incerto, um futuro sem remédio.