O monge velhaco
Na igreja, sou notado por primeiro!
Quem dera fosse pelos meus sermões,
Mas pelos risos e celebrações,
Pois sempre sou do vinho companheiro.
Dizem que, em vez de orar no meu mosteiro,
Eu leio os versos tristes de Camões
E troco as penitências e orações
Por carnaval com o cancioneiro!
Ah, se pudesse ser qual São Francisco!
Renunciar o vinho e o meu prazer,
Buscar em Deus contemplativo aprisco...
Mas, ai de mim! O cálice a erguer
E as moças a chamarem... Tolo risco,
Ao qual eu cedo sem me arrepender!