DISFARCE

Vi meus poucos e belos sonhos ruírem
Desestabilizou minha auto-estima
Qual náufrago busquei a minha rima
Os sabores da vida vi fugirem.

Aquilo que ontem fui, desfaleceu
D'amargor, sintomática, sou fel;
Com furor a alma impetra ao alto céu:
_ Me guarde e livre-me deste babel !

Se hoje já nada mais em mim consiste
Que serei eu, após novo amanhã?
Se a cada dia meu riso inexiste?

Em frias nuvens sigo poetando
Meu céu absinto, de cinza manhã
E nas cálidas rimas disfarçando ...


INTERAÇÕES QUE RECEBO COM CARINHO: Obrigada. 

19/10/2024  - Kid verso

       VINGANÇA

Os ventos a soprarem no meu rosto
despertam a saudade de quem fui,
poeta que fazia tanto gosto
de versar belas rimas sem um ui.

Destino deu-me um chá que só dilui
prazeres, e provocam o desgosto,
e o sentimento é de que me rui
até a minha fé, a contragosto.

Equilibrando vou, no coração,
que não me cobra nada para doar-se
e sempre que preciso dá-me a mão.

Nunca será tão tarde pra vingar-se,
se está prejudicada a inspiração...
poetizarei com meu melhor disfarce.


 






PS:
Escrita em 16/01/2017
Reedição. Nesse poema meu mentor de sonetos me deu nota 10.
Erivaslucena
Enviado por Erivaslucena em 19/10/2024
Reeditado em 19/10/2024
Código do texto: T8176934
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