BRILHO PASSAGEIRO

Sozinho neste quarto, sem alento,

mergulho no dilema que flagela

o peito amargurado e, da sequela,

a fúria lancinante experimento.

O desconsolo grita e me alimento

das ilusões que chegam na procela

soprada quando um riso se revela

no imaginário e abranda meu lamento.

Esqueço as dores, fujo da verdade

enquanto deita, um brilho passageiro,

nos olhos onde a lua se agasalha.

Somente assim suporto a escuridade

que se derrama, traça meu roteiro

e tua luz me vence na batalha...