CANTO MEU CANTO

Na espinha dorsal d' existência humana,

Carrego o poema, universo em chama,

A carne, terra firme, e a alma arcana,

Coração pulsante, onde o verso clama.

Meus versos são orações de nirvana,

Tesouros não cabem em cofres frios,

Em meu peito guardo emoções tamanhas,

Segredos que flutuam como rios.

Canto meu canto ao vento, sem temor,

Como ave que no céu encontra o lar,

Minha alma voa livre em seu ardor.

E mesmo que ninguém venha escutar,

Canto como cigarra, com fulgor,

Até que a vida em mim possa cessar.

- Antonio Costta