A Arte que se Calou
Num riso leve, o coração a vida envenha.
Entre tais telas, cenas de amor se desenha
Nos olhos, o romance em brilho se reflete,
Linda Mulher, memórias que o tempo remete,
Filmes, mas onde anda a comédia de outrora?
Política em cacos, sorriso censurado,
O som que era livre, hoje ressoa calado,
E será que a verdade, enfim, não mais se aflora?
Medo e terror, por sua vez, cresce em meio aos ais,
Nos corredores de sombras, medos velados,
O Iluminado, em sussurros e perturbados,
Convoca-nos à treva, mas nunca com paz.
Filmes são janelas da alma decadente,
Mas quem os molda, teme o mundo que se sente.