O ocaso do amor

Juntos, depois de longa primavera,

A cultivar amor um pelo outro,

Floriu a poesia de um broto,

Que o vento do destino ali trouxera.

 

E viveram um sonho sem quimera,

Um amor educado e complacente.

Aquele amor que nunca trai ou mente,

E pacientemente a vida espera.

 

Até que um certo dia, o acaso

Roubou, de um soneto do Parnaso,

Um verso de amor que foi desfeito.

 

E daí em diante, até agora,

O amor pelo outro embolora,

No mofo que restou dentro do peito.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 16/10/2024
Código do texto: T8174585
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