As luzes do passado brilham tanto
na lembrança de tempos tão felizes
que nos deixaram marcas, cicatrizes
a doer de saudade em doce pranto.
Há também os momentos em espanto
nas perdas parentais, nossas raízes
arrebatadas em instantes grises
da leira do viver – que desencanto!
Cada ausência nos mata dia a dia
e nos sepulta em chão de nostalgia
na angústia do presente a involuir.
E assim vamos vivendo de saudade
neste vazio atroz que nos invade
pela certeza incerta do porvir.
Paulino Lima