Súplica
Em sombras eu caminho, alma vazia,
Sonhando ser o lar que nunca fui;
O tempo passa, e a vida se dilui,
Levando embora o sonho, em agonia.
Meus passos que anseiam o porvir,
Encontram o vazio, a solidão;
O peito, em pranto, clama à criação,
Mas só meu eco insiste em me ouvir.
Ó, Deus, por que me deste tal desejo,
Se a vida, indiferente, me negou
A graça tão sublime que almejo?
Em Vós ponho esperança, ó Criador
Que suba a Vós minha triste oração
E guardeis com piedade o meu clamor.