DE VEZ EM QUANDO
De vez em quando e só de vez em quando
eu penso em ti, num divagar silente,
e a tua imagem que ficou na mente
tão mansamente vai se dissipando.
E começo a sentir que, de repente,
num tom mais calmo...cada vez mais brando,
a tua voz, em mim, vai se calando
e em tudo mais tu vais ficando ausente.
E vão ficando, agora, só pequenos
fragmentos de ti, desconfortantes,
que também vão já se fragmentando.
A tua ausência cada vez dói menos...
Ás vezes, dói-me, ainda, como antes,
de vez em quando... só de vez em quando.
[*Republicação]