Eis-me aqui
Ei-la em ti, a dor que me apunhala,
Em mim resta a lágrima caída,
E vai como um sonho, seguida,
Do pesadelo: a cruz de amá-la.
Eis em mim o amor que se cala,
Abismo que me toma a vida,
Que fez da calma perseguida,
Um abissal silêncio de olhá-la.
Vou ir de alma e corpo ao sacrifício,
Eis-me aqui, a ti crucificado,
Rouba a paz, leva o benefício.
Há de haver em tudo o prazer:
O meu, é por ti ser amado,
O teu, é o de me fazer sofrer.