AO POETA ALPHONSUS DE GUIMARÃES

 

Poeta que cantou sofridamente

ao pé dos cinamomos, para a amada,

a Ismália enlouquecida, apaixonada,

lustrou em redondilhas, lindamente;

 

e a catedral nos ares, transparente,

a lua fantasmática, gelada,

ergueram-se nos versos seus, em cada

detalhe de magia transcendente...

 

Cantou de forma sã, ritualística,

as páginas de luz de Dona Mística,

a voz sem par das esperanças mortas...

 

E emudeceu nas mãos do bom mineiro

o corvo afigurado em seu tinteiro...

E o céu de Mariana abriu-lhe as portas.