O pé de feijão

No chão cruel, de pedra e de tormento,

Onde o sonho parece se apagar,

Brotou, silenciosa, o nascimento

De uma planta que ousava germinar.

A criança, num súbito momento,

Viu na folha um milagre despontar

Naquela casa, de frio e desalento,

No prodígio que o verde pode dar.

Tocou, com mãos de ternura e de carinho,

O broto frágil, a flor que resplandece,

Como quem toca o fio da esperança.

Naquele instante, o tempo se rendeu,

E a menina, com olhar de confiança,

E fé no pão, aos céus agradeceu.

J Freire Pontes
Enviado por J Freire Pontes em 13/10/2024
Reeditado em 13/10/2024
Código do texto: T8172368
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.