O pé de feijão
No chão cruel, de pedra e de tormento,
Onde o sonho parece se apagar,
Brotou, silenciosa, o nascimento
De uma planta que ousava germinar.
A criança, num súbito momento,
Viu na folha um milagre despontar
Naquela casa, de frio e desalento,
No prodígio que o verde pode dar.
Tocou, com mãos de ternura e de carinho,
O broto frágil, a flor que resplandece,
Como quem toca o fio da esperança.
Naquele instante, o tempo se rendeu,
E a menina, com olhar de confiança,
E fé no pão, aos céus agradeceu.