DESAMOR TAMBÉM CEGA...
Não vejo flores, mas uma ruma diferente,
Não vejo a noite, nem estrelas a brilhar...
Nem neste sol a energia mais ardente...
Sem direção, eu sou apenas caminhar.
Não vejo a alma, mas o olhar indiferente,
Não tenho sonhos, mas o reles despertar...
E no sorriso que deveria ser um presente...
Eis os teus dentes num simples debochar.
Não é cegueira, mas um mal equivalente,
Pois a janela da minha alma, de repente...
Viu seu colírio pouco a pouca lhe cegar.
Igual ao jato venenoso da pior serpente,
Bote preciso “aqui jaz” me fez demente...
Que nada de lindo eu consigo enxergar.