ROSA 456
Na bruma do passado, ventos vazios,
O que foi, já não é, sombra distante,
E o presente, em lamentos, tão errante,
Desvela os sonhos, quais pássaros frios.
Entre risos e dentes, a vida em desafios,
Desperta a alma num grito constante,
Mas, que vale viver num instante,
Se a dor se cristaliza em desafios?
Oh, se a arte pudesse o tempo domar,
Transmutar as lágrimas em versos de luz,
Fugir do lamento, do ciclo a vagar.
A beleza é a chave que a mente seduz,
Onde a insatisfação se torna o lugar,
De um novo amanhã, que a esperança produz.