Ao Poeta da Morte (Augusto dos Anjos): A Morte

A morte Essa rainha da justiça,

Que não diferencia o bem do mal,

Que trata todo mundo por igual:

A carne o osso a pele a carniça…

 

E que mantém a alma submissa

A vontade do céu e do inferno,

Na disputa entre demo e o pai eterno,

Pra dizer o amém no fim da missa.

 

A morte esse soneto inacabado,

Que é capaz de rimar, de lado a lado,

Seja um verso de deus ou satanás.

 

É capaz de enxergar a poesia,

Que a vontade de ambos desafia,

Vez que um vem à frente ou pouco atrás.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 12/10/2024
Reeditado em 12/10/2024
Código do texto: T8172037
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