Ao Poeta da Morte (Augusto dos Anjos): A Morte
A morte Essa rainha da justiça,
Que não diferencia o bem do mal,
Que trata todo mundo por igual:
A carne o osso a pele a carniça…
E que mantém a alma submissa
A vontade do céu e do inferno,
Na disputa entre demo e o pai eterno,
Pra dizer o amém no fim da missa.
A morte esse soneto inacabado,
Que é capaz de rimar, de lado a lado,
Seja um verso de deus ou satanás.
É capaz de enxergar a poesia,
Que a vontade de ambos desafia,
Vez que um vem à frente ou pouco atrás.