A arte de ser poeta
O poeta que na sua arte é bom de fato,
Não engole uma rima que atrapalha,
Fica então, entre a pele e a navalha.
Entretanto, procura ser sensato.
Reconhece logo, que o lebre é gato,
Contudo essa notícia não espalha,
Antes, procura corrigir sua falha.
Elimina o erro no momento exato.
Sabe que a obra-prima é inalcançável
E se alegra apenas com o recado,
Que por vezes parece indecifrável.
Os seus versos, vendidos no mercado,
Tem a graça do poema irretocável,
Que absolve o pecador, pune o pecado.
Recife, 12 de outubro de 2024