SAUDADE DE MIM MESMO

Confesso, às vezes, em saudades penso

De quem eu fui, outrora, tão intenso.

Pois distante ando, de meu ser ausente,

E sinto em meu peito, saudade ardente.

Quantas lembranças de meus tempos idos,

De reencontrar sonhos esquecidos,

Despertar desejos du'a nova aurora,

Tantos ideais que não busco agora.

Então questiono o mundo, sereno,

Onde está o coração, que outrora pleno,

Vibrava em meu peito, em pura emoção?

Por onde anda o poeta idealista,

Que traduzia em versos, seguindo a risca,

Sua essência de esperança e paixão?

- Antonio Costta