O Soneto de Amor de Capitu

A peça a seguir foi composta a pedido do professor Valter Augusto Fernandes para ser exposta na II Amostra dos Itinerários Formativos do Colégio Claretiano de São Paulo, no ano de 2024. As reticências, aqui, substituem um borrão de caneta preta que ocultava uma palavra misteriosa na versão impressa sob a qual o soneto foi apresentado a seu público original.

O objetivo era replicar a ambiguidade construída por Machado de Assis em seu romance "Dom Casmurro", ficando à interpretação do leitor caso o poema dirija-se ao esposo "Bentinho" ou ao suposto amante "Escobar".

Se deste amor duvidas, (...),

Ao duvidar cometes um pecado.

Eu já não tenho há muito demonstrado

Razões porque me podes creditar?!

Quantas cartas te tenho devotado?

Quantas vezes me vistes suspirar?

Ah, se isso não te basta a comprovar

Pensa no meu olhar apaixonado

Que te fitou naquele dia triste

Em que, pro seminário, te partiste

Selando uma promessa com um beijo…

Estas são provas, provas muito claras

De um claro amor que escapa das amarras;

O mesmo amor secreto que eu versejo.

– Maria Capitolina de Pádua Santiago

Pedro Debreix
Enviado por Pedro Debreix em 09/10/2024
Código do texto: T8169866
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