A Colina
Sou como a colina, ao fim da estrada,
Quando o sol, já cansado, se desfaz,
E a sombra, em seus passos quase nada,
Guarda o sussurro dos dias que me traz.
Pouco vale o que ergui, tudo é fugaz,
No ardor da pretensão, quase apagada,
Mas no final da curva, luz se faz,
A alvorada da noite é sossegada.
No cume, a brisa envolve a despedida,
E ao céu, estrelas firmam seu reinado;
Recolho em paz a alma enfraquecida.
Entrego a Deus o sonho derradeiro,
A terra, o lar, labor sagrado,
E no silêncio, o eterno é verdadeiro.