Quando eu nasci
Imagino-me no útero materno...
Aproximando-se a hora do meu parto,
Sinto-me acolhido, quentinho e terno,
Esperando dentro do escuro quarto.
A parteira está vindo aqui de perto,
Um atraso qualquer eu já descarto,
Mas estou, entretanto, bem desperto
Pra transmitir o que agora eu comparto.
Então, mamãe no esforço derradeiro,
Expulsou-me pra vida, assim eu vi
A primeira luz... do forte candeeiro,
Foi a maior emoção que eu já senti.
Súbito, meu choro, num só berreiro...
Foi assim, deste jeito, que eu nasci.
Recife, 08 de outubro de 2024