Sopro da esperança

Murcha a euforia como a cerejeira,

e é breve a floração da alacridade.

A viva exultação que nos invade

fenece cedo, à mágoa sorrateira.

Tristeza tem sabor de eternidade,

o amargo gosto de uma vida inteira;

mas a elegante flor de laranjeira

encanta, embora o espinho não agrade.

Flores e farpas, lágrimas e risos,

a vida tem segredos imprecisos,

entre começo e fim insiste e avança.

Se o vento leva a folha, traz o grão,

as flores e as certezas que se vão,

e tudo muda ao sopro da esperança!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 08/10/2024
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