Sopro da esperança
Murcha a euforia como a cerejeira,
e é breve a floração da alacridade.
A viva exultação que nos invade
fenece cedo, à mágoa sorrateira.
Tristeza tem sabor de eternidade,
o amargo gosto de uma vida inteira;
mas a elegante flor de laranjeira
encanta, embora o espinho não agrade.
Flores e farpas, lágrimas e risos,
a vida tem segredos imprecisos,
entre começo e fim insiste e avança.
Se o vento leva a folha, traz o grão,
as flores e as certezas que se vão,
e tudo muda ao sopro da esperança!