ROSA 447 FUZUÊ
Ela não vê, sou amor em raridade,
Defensor firme da monogamia.
Em busca dela, a vida é agonia,
Seus olhos não leem minha verdade.
Cuidando dela, meu gesto é lealdade,
Mas ela ignora a minha sintonia.
E a dor que sinto em sua indiferença fria
Ecoa em mim, como triste intensidade.
Sou calmo, mas na sombra do seu lado,
Um ser humano, dependente e só,
E ela não cede ao meu amor tão dado.
Pandeiro em mãos, uma rosa ao pó,
Faço fuzuê, um canto apaixonado,
Mas o vazio me consome, oh, dó!