SONETO VI
na anti-solidão de Espinosa
adormeci polindo seus cristais
hoje acredito em encontro casuais
céu ou inferno, não há mar de rosas
não quero a eternidade, é tenebrosa
o tempo é “para sempre”, ou “nunca mais”?
escolha a liberdade, não o fugaz
eu te avisei, mas você foi teimosa
eu vi através dos prismas da descrença
um cego, em regozijo, olhando o mar
no mar, no ser, no gozo a onipresença
vi na aparência o espelho do pensar
no céu, a luz seguindo a sua inércia
a força inata que o faz cintilar