Insânia
O tolo, que o futuro procrastina
E empaca no presente com apego,
Aprisiona o passado na retina;
Não enxerga o nariz pois fica cego.
Neste impasse que insiste, perdulário,
Melhor mesmo houvera que não fosse
A peça desse estranho corolário,
Que, de tão distraído, já perdeu a posse.
Vai em busca de rascunhos na cabeça,
Que possam dar sentido ao que procura,
Mas inútil espera que aconteça.
Nessa etapa tão densa da loucura,
Sem sentido, conclui que não mereça,
O que busca insistentemente... a cura.
Gravatá, 06 de outubro de 2024