*Soneto do Esquecimento*
*Soneto do Esquecimento*
Se o meu amor te pesa e te aborrece,
Permite à minha alma se calar;
Que a chama, se apagada, não fenece,
Se o vento não ousar mais soprar.
Do peito, um sonho antigo se adormece,
Escreve o tempo em sombras seu lugar;
Pois nada há que o tempo não esquece,
Só a vontade pode me guiar.
Mas quando a noite fria me envolve o peito,
Teu nome, qual estrela, ainda arde.
O fim parece longe e tão desfeito!
Esquecer-te? Ah, talvez já não tarda,
Mas do que foi, um brilho imperfeito
Resiste nos silêncios que o amor guarda.
Astir*Carr