SONETO PESSOA(L)

Enquanto chamais Deus p'las boas graças

Eu chamo-me a mim e, só, me valho

Que nada cai, senão do meu trabalho

E ninguém mais me livra das carraças

Enquanto erguem ao alto mãos palhaças

Eu baixo a cabeça p'lo orvalho

Desconto mais um dia, mais grisalho

E a obra não é choro nas vidraças

Este sal é o suor ante a estrutura

Erigida de um nada e já segura

Qual escada que aponta rumo ao céu

Já me vejo, em cima, nesta altura

A olhar, fixamente, a sepultura...

Eu quis, sonhei, sou a obra que nasceu!

26-09-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 06/10/2024
Código do texto: T8167526
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.