Aos pés de Deus
Perdoai-me, Ó Pai onipotente,
Por não saber pecar. E não pequei.
E ter obedecido a Vossa Lei,
Quando a maçã se deu para a serpente.
Eis-me aqui, um bardo penitente,
A mendigar perdão sem ter pecado.
Eis-me, aos Vossos Pés, acocorado,
Sem paz no coração e dor na mente.
Perdoai-me, Ó Pai Onisciente,
Por eu não ter sentido a dor que sente
Um poeta, ao parir a poesia.
Perdoai-me, Ó Pai onipresente,
Por não ter dado ouvidos à serpente
E deixar a maçã morrer vazia.