Espera
Guardei o riso no rosto,
e todas as flores minhas,
era certo que tu vinhas
em terras e águas composto.
Esperei de agosto a agosto
quando as dores vêm sozinhas,
e guardei no rosto as linhas
de uma espera sem desgosto.
Morri infinitas mortes,
e o riso caiu de mim
ao te levarem as águas.
Águas vivas, águas fortes,
talvez nas águas sem fim
meu riso suplante as fráguas.