Fico à pensar em ti nestas tardes quentes
Acarinha-me em lembrança compassiva
Saudades adocicadas das horas silentes
Sendo tua na essência, toda permissiva...
Concedo-te todos os meus pensamentos
Invada meu eu, faça minhas, as tuas vontades
Num deleite de prazer em tormentos
Quando me declaro em claras verdades.
E o sol fustiga o chão árido do sertão...
O cajuzeiro floreia seus frutos suculentos
No aroma do coentro... na cor do açafrão!
Perco-me nos teus céus, na memória do beijo
Pressinto o instante doce do nosso gozo
Sob o feitiço do luar e o signo do desejo!