Conchiglione de Romeu e Julieta
Nestas festivas noites, bela Itália,
Com meu ventre a rugir como ciclone,
É o apetite a minha didascália
Ao contemplar teu farto conchiglione.
Banhada em alvo molho, a massa envolve
O alvirrubro dulçor que, com romance,
Ao Romeu e à Julieta brindes volve
Por sua goiabada e queijo em nuance.
Ao que o túrgido invólucro se parte,
Esparge sobre o prato docemente
Seu cálido e cremoso molho branco.
À boca minha entrego-te, obra de arte!
Do altivo garfo, um ósculo se sente
E de prazer suspiro, ledo e franco.