O efebo
“Vivamus… atque amemus.”
(CATULO)
Gozemos, meu doce rapaz, da juventude –
Nada há sob o Sol que não seja finito.
Hoje lhe beijo o rosto corado e bonito
Que amanhã deformará a Decrepitude.
Sem pudor, amemo-nos à plenitude –
Nada mais além do amor é infinito.
Pois que então eu beije-lhe o rosto bonito
Sem pensar nas nódoas da Decrepitude:
E mesmo quando, mórbido e glacial,
Sentirmos sobre nós seu bafo pestilento,
Não haverá de fazer-nos qualquer mal –
Hei de em meu verso erigir-nos um monumento
E seu frescor, ao fim dos éons imortal,
Será imune à ruína e ao esquecimento.