Dia de Finados
As pétalas caem sobre o túmulo adormecido,
E, com elas, ficam frias lágrimas de saudade,
É novembro, triste, e eu me lembro, de verdade,
Cada momento, que aqui venho, compadecido.
Foi aqui num arrebol, último pôr-do-sol,
Deixei cair a lágrima derradeira ao sentir,
Que nada mais poderia te fazer existir,
Sozinho, enquanto vida no mundo, serei insol.
Ascendeu aqui minha luz eterna, companheira,
Ao apagar de minha vida a vela luminosa,
Hoje venho beber da dor que aqui se traga.
Como um veneno lasso, que é lembrança traiçoeira,
Ao coração oferece, de forma perigosa,
Onde sem querer, bebo desta bebida amarga.