A Árvore e o Tempo
Em pé, diante dos séculos vividos,
A velha árvore observa, em silêncio,
Os homens que se vão, desiludidos,
Enquanto ela resiste ao tempo imenso.
Seus galhos tocam céus desconhecidos,
Suas raízes, firmes no começo,
Abraçam o profundo chão querido,
Como quem guarda o mundo em seu endereço.
O vento a curva, mas não a derruba,
Pois sabe que o valor de resistir
Está no que a alma, ao tempo, não perturba.
E assim, com paciência e com ardor,
A árvore espera, sempre a refletir,
Que a vida é feita de raiz e flor.