SONETO DADAÍSTA
Banana canta azul, e o gato dorme,
Nas páginas de um peixe sem farol,
O açúcar dança em nuvens de formol,
Enquanto a lua rói o milho informe.
No quadro, a tinta chora um céu marrom,
E a cadeira sonha ser um pássaro,
O relógio mastiga o seu cadarço,
Com um sorriso em forma de sabão.
Raios quadrados riscam o compasso,
E a flor desenha letras no anzol,
Num palco feito de espaguete e aço.
A mente faz da porta um embaraço,
O vento sopra notas de crisol,
E o sentido flutua tonto, escasso.
Santa Cruz do Arari, Pará, Brasil, 19 de setembro de 2024.
Composto por Teotônio Vilaça de Freitas
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