Os dias meus

Da janela papai me vigiava

sempre que eu saia pra escola

menino inocente, nem dava bola,

mas, papai, o olho não me tirava.

Com o conga no pé pedras eu chutava

lá no canto um velho pedia esmola

eu botava meu lanche em sua sacola

e na escola a fome nem apertava.

E assim a caridade eu fazia,

com o tempo, em mim, virou mania

e um dia, nem lembro aonde pude ler:

"Quem dá aos pobres empresta a Deus".

E não posso reclamar dos dias meus

que Deus nunca deixou de abastecer.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 17/09/2024
Reeditado em 17/09/2024
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