Serenidade
Tenho no rosto vincos da passagem
das horas minhas, longas e queixosas,
em que colhi espinhos dentre rosas
e a vida revelou-se tão selvagem.
Também, na minha face brincam e agem
horas de calma e paz, silenciosas;
serenidade aquece as frias tosas,
e faz da vida mais que vã miragem.
Agora que enterneço, em pleno agosto,
e vejo todo anseio já deposto
ouso a serena vida que me resta.
Se encontro pedras, colho-as, são sinônimo
da força inata que ergue o sonho anônimo...
Os últimos caminhos são de festa!