Serenidade

Tenho no rosto vincos da passagem

das horas minhas, longas e queixosas,

em que colhi espinhos dentre rosas

e a vida revelou-se tão selvagem.

Também, na minha face brincam e agem

horas de calma e paz, silenciosas;

serenidade aquece as frias tosas,

e faz da vida mais que vã miragem.

Agora que enterneço, em pleno agosto,

e vejo todo anseio já deposto

ouso a serena vida que me resta.

Se encontro pedras, colho-as, são sinônimo

da força inata que ergue o sonho anônimo...

Os últimos caminhos são de festa!

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 16/09/2024
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