Desesperança

Dias amargos, sonhos tão destruídos.

Planos ardentemente cultivados

Estão a frias cinzas reduzidos.

Adeus, ledos momentos almejados...

Turbas cercam-te, ó minha soledade.

Como padeces, ó minha esperança!

Eis, doces sonhos, morta vossa herdade

Nesta alma ferida pela lança.

Esvai-se-te o fulgor, ó minha vida...

Quão ruidosas sois, ó vicissitudes,

Mas estou em silente escuridão.

Minha vitalidade foi tolhida;

Na esperança, porém, busco virtudes

Enquanto sofro nesta solidão.