VIDA, ÁVIDA VIDA
Anos são passados, mais de oitenta,
De uma vida insossa, sem aventura.
Não sei por quanto tempo ainda dura,
Esta minha estrada que me atormenta.
Talvez se mudar a mira da venta,
Que eu sempre segui por ser mais segura,
Algo mude, ainda a esta altura,
Alguma cor que não seja cinzenta.
A mudança traz sempre algum perigo,
Me diz em conselho um velho amigo,
Mas para mim é coisa resolvida:
Enquanto ainda dura esta revolta,
Comprei uma passagem só de ida,
Que é para nem pensar numa volta.