SONETO IV

Um soneto de Borges no meu kindle

me atravessa com versos pecadores.

Na paleta, a fusão das suas cores

são faíscas tingidas de azul índigo.

À noite me disfarço de mendigo

somente pra pedir por seus ardores

e as sobras da paixão. Deixe os pudores

e sirva-me uma taça, hoje é domingo.

E antes que a luz se quebre no vitral

da janela de um quarto no Savoy,

prometo-lhe fazer um Taj-Mahal

dançando tango embaixo dos lençóis.

Às seis, bateu a porta – nenhum ciao.

Quando se finda a noite, o dia dói.

MARCELO VALOIS
Enviado por MARCELO VALOIS em 11/09/2024
Reeditado em 26/09/2024
Código do texto: T8148915
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