SONETO IV
Um soneto de Borges no meu kindle
me atravessa com versos pecadores.
Na paleta, a fusão das suas cores
são faíscas tingidas de azul índigo.
À noite me disfarço de mendigo
somente pra pedir por seus ardores
e as sobras da paixão. Deixe os pudores
e sirva-me uma taça, hoje é domingo.
E antes que a luz se quebre no vitral
da janela de um quarto no Savoy,
prometo-lhe fazer um Taj-Mahal
dançando tango embaixo dos lençóis.
Às seis, bateu a porta – nenhum ciao.
Quando se finda a noite, o dia dói.