CENÁRIO
Onde assovia o vento, e em sua esteira
sibila a cascavel, enlouquecida,
e uma flor desabrocha sorrateira,
às vezes, numa rocha corroída,
e os platôs se agigantam, a poeira
retoca os horizontes, desmedida,
e uma bola de feno vai ligeira,
rolando o chão inóspito, perdida...
E a sombra da rapina, dia a dia,
mapeia atenciosa a pradaria,
e o pôr do sol detalha o sujo véu,
no topo de uma escarpa, inalcançável,
o mustang vigoroso, inadestrável,
empina recortado contra o céu.