ROSAS 392, 393 E 394 DE ONDE VÊM A INSPIRAÇÃO

ROSA 392

Nos mares profundos da alma, a poesia,

Flui como um rio que não se aprendeu,

Não é do saber que a razão se cria,

Mas da essência que o Criador teceu.

Ideias surgem, sombras do infinito,

Mistérios que do céu a mente traz,

Sou apenas um canal, um bendito,

Moldando versos que a vida faz.

Se em palavras não for fiel ao canto,

Morrendo em letras que o tempo esvai,

A arte, em vão, será só um desencanto,

E a vida em versos, um vento que se vai.

Mas, se um dia o reconhecimento chega,

Servi com fé; meu galardão se entrega.

ROSA 393

A poesia que em mim flui tão divina

Não aprendi em bancos de escola

Sua essência vem de uma fonte fina

Que transcende a minha mente e bitola

Inspirações vêm do criador, do além

Do inferno e dos céus, em harmonia

Sou apenas canal, simples refém

De palavras que me guiam com maestria

Se eu falhar em ser fiel ao meu dom

A poesia se perde, fica sem vida

São apenas palavras, sem nenhum tom

Mas se um dia eu for reconhecido

É por ter sido um servo leal, sem reprimida

Meu galardão, enfim, merecido.

ROSA 394

Em além sintonia, as musas a fluir,

Não aprendi no ateneu a razão,

A essência voz da alma a perdurir,

É fogo ardente, não mera lição.

As inspirações nascem do Criador,

E do espírito vêm ideias e afã,

Sou apenas o canal, o moldador,

Se me é dada a palavra, a voz é sã.

Mas se a fidelidade de mim se ausenta,

A poesia finda, morre em sua pena,

Letra sem vida, um fogo em tormenta.

Se algum dia o reconhecimento venha,

É servo fiel quem ao dom se sustenta,

E o galardão no etéreo se ordena.