QUANDO ELA PASSA
Às vezes paro para vê-la andando,
cheia de boçalidade pela vida;
de nariz empinado, sempre atrevida,
ela vai pela vida caminhando.
Os olhos firmes e, de vez em quando,
desvia-os querendo alguma guarida;
mas, logo volta ao seu labor, à lida...
e ao interessado ela vai ignorando.
Às vezes, quase sempre, eu me indago:
— Por que causas, enfim, tanto estrago
quando passas no teu labor diário?
A resposta, eu sei, é com cada um
que sente no seu peito esse tum-tum
quando ela passa por esse itinerário.