QUANDO ELA PASSA

Às vezes paro para vê-la andando,

cheia de boçalidade pela vida;

de nariz empinado, sempre atrevida,

ela vai pela vida caminhando.

Os olhos firmes e, de vez em quando,

desvia-os querendo alguma guarida;

mas, logo volta ao seu labor, à lida...

e ao interessado ela vai ignorando.

Às vezes, quase sempre, eu me indago:

— Por que causas, enfim, tanto estrago

quando passas no teu labor diário?

A resposta, eu sei, é com cada um

que sente no seu peito esse tum-tum

quando ela passa por esse itinerário.

Miguel de Souza
Enviado por Miguel de Souza em 07/09/2024
Reeditado em 07/09/2024
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