Soneto das expressões do tempo
Entre os instantes que o tempo desenrola,
Há pouco, um passado que mal terminou,
A pouco, um futuro que ainda consola,
Pouco a pouco, a vida que se desenrolou.
Nas linhas do idioma, o sentido se afina,
“A pouco” caminha para o porvir sereno,
“Há pouco” recorda o que foi, mal termina,
“Pouco a pouco” é o crescer do terreno.
E mesmo que o erro insista em surgir,
À pouco? Não há, se há regras a seguir,
Com o uso correto, a clareza é medida.
Do futuro ao passado, em cada expressão,
O tempo nos guia, em sua lição,
Para falar com precisão, na escrita e na vida.