A Espera
O olheiro, preocupado, olha o mar o dia inteiro,
Buscando o pano branco da jangada chegando,
Vai onda, vem onda, sobe a maré, e ele olhando,
O sol o queima, e ele teima, esperando o barqueiro.
Minha amada não vem, hoje tão esperada,
Olho o pulso, inquieto, andando, mas ela não vem,
Sinto seu aroma na brisa. Não é ela, é alguém,
Que passa rápido, precisa e segue apressada.
O olheiro vislumbra o pano na linha do mar,
Prepara o terreno pra quando o barco chegar,
Mais uma vez, estou no tempo, esperando o amor.
Preparo o sorriso, o cabelo, e ela vem chegando,
O olheiro, o barqueiro, o barco descarregando,
E eu feliz por te ver te entregando uma flor.