LEITURA DIÁRIA
II
Li, na minha leitura diária de hoje,
dedicado ao Senhor Reynaldo Moura,
um soneto tão exótico que doura
a tez febrenta dalgum antigo doge.
E, numa eterna sesta, com o fumo
a confundir a névoa com fumaça,
o poeta, a cidade espicaça
para tomar, quem sabe, outro rumo.
E n'A rua dos Cataventos, 51
a página, eu sou apenas mais um
que guardo-o como antigo relicário.
Esse soneto dessa obra-prima,
o segundo que faço. E segue a rima
qual no soneto do Quintana, o Mário.