Preso na rebentação
Toca-me a salobra água desse mar
Tão afetuoso, logo depois bravio
A maré espelha a corrente do rio
Divago entre o medo e o deslumbrar
Aperta-me o peito falta-me o ar
A areia em seu aspecto macio
Conduz ao alto-mar em eterno cio
Refresca mas também pode quebrar
Então só molhos os pés, em segurança
A terra é firme mas impede a dança
Esvai-se meus longos dias ano a ano
Situo-me preso na rebentação
Entre essas pedras o meu coração
Segue afogando-se fora do Oceano