Soneto Satírico
Pois bem, senhora mãe de minha amada,
Não discutamos coisas óbvias, sim?
Sei bem que tua filha idolatrada
Não quer nem nunca quis nada de mim
Mas acredite ou não, minha senhora,
Ela tem boca própria e, sem mentir,
Pode mui bem dizer-me, na mesma hora,
O que ela sente ou deixa de sentir!
Ninguém precisa deste teu xilique
Que brada ao mundo inteiro: “Crucifique
Este garoto que ousa amar-me a filha!”
No mais, me serve de entretenimento
Ver que um meu simples, mísero soneto
Pode fazer alguém perder a linha!