Enleio
Doce poema de estrutura esguia
Eras um sonho, quando não se dorme.
Eu era um rei num reino de utopia
E eras rainha linda, deiforme
Eu decretava o amor e escrevia
Como que numa escrita cuneiforme.
Fiz de canções na lira, a poesia
Só pra te ver bailar no espaço enorme
As flores dos jardins batiam palmas
E a tua estrela em tudo reluzia
Nos conduzindo em rios de águas calmas.
E nesse transe, embevecido, um dia
Tive a visão poética das almas
Em cada verso que em teu corpo, eu lia.